domingo, 18 de julho de 2010

O Passeio dos Deus pelo Zodiaco


OXUM

Rege TOURO e LIBRA. É orixá da fertilidade e da riqueza, símbolo também da sexualidade e por isso mesmo está associado ao signo de Touro. É ainda vaidoso, diplomata, tem muita ambição social, o que o aproxima das características impressas pelo signo de Libra. Corresponde a Vênus. É associada a diversas Nossas Senhoras.

OBALUAÊ

Rege Escorpião e Capricórnio – É o orixá das mortes e das doenças. Insondável, tem grande forma mental e é vingativo, peculiaridades de Escorpião. Por vezes, porém, é austero e melancólico. Tem problemas de pele e de ossos – coisas típicas dos capricornianos. Corresponde a Saturno. É associado a São Lázaro.

OSSÂIM

Rege Virgem e Gêmeos – É o orixá das ervas medicinais e está intimamente ligado à natureza. É crítico, meticuloso, sensível, o que o aproxima do signo de Virgem. Mas é também mutável, inquieto, irônico e superinventivo – qualidades de Gêmeos. Corresponde a Mercúrio. Está associado a São Benedito.

XANGÔ

Rege Leão e Sagitário – Autoritário, dominador, é um líder nato, um guerreiro difícil de ser derrotado, características dos nativos de Leão. Simboliza ainda a lei e a justiça. É sociável e aproveita o melhor da vida, o que o associa ao signo de Sagitário. Corresponde a Júpiter. É associado a São Jerônimo.

IEMANJÁ e NANÃ

egem Câncer. São os orixás maternos. Protegem, dominam e amam seus filhos a toda prova. Iemanjá é fértil, sensual e muito preguiçosa. Nanã é a avó, que gosta de ser adulada, é cheia de dengo e de mágoas. Um perfeito retrato de Câncer. Correspondem à Lua. Nanã é associada a Sant’Ana; Iemanjá é associada a diversas Nossas Senhoras.

OXÓSSI

Rege Virgem, Capricórnio e Aquário – É o protetor das matas. Tem o espírito matemático e o humor instável de um virginiano. Mas é também bastante sério e responsável – coisas dos capricornianos. E apresenta ainda todo o exotismo e a originalidade de Aquário. Corresponde a Saturno e Mercúrio. É associado a São Jorge e a São Sebastião.

OGUM

Rege Áries. É o orixá da guerra, que luta por sua liberdade e independência. Ativo, está sempre procurando alguma coisa para fazer ou alguém para brincar. É um tanto egoísta, instável e emotivo ao extremo – chega a ser briguento. Por tudo isso, está ligado ao signo de Áries. Corresponde a Marte. É associado a São Jorge e a Santo Antonio.

IANSÃ

Rege Leão, Sagitário e Aquário. Senhora dos ventos, é alegre, sociável, mas temperamental, como os leoninos. É aventureira, impulsiva, atrevida, diz o que quer e quando quer, e assim parece-se com Sagitário. Mas tem também o desprendimento de Aquário. Corresponde a Urano e Júpiter. É associada a Santa Bárbara.

OXUMARÉ e LOGUM-EDÉ

Regem Gêmeos. São orixás bissexuais. Oxumaré é o arco-íris e seu temperamento é instável, varia de acordo com as circunstâncias. Logum-Edé é bom negociante, astuto, nem sempre honesto. Essas qualidades os aproximam do Signo de Gêmeos. Correspondem a Mercúrio. Oxumaré é associado a São Bartolomeu e Logum-Edé é associado a São Miguel Arcanjo e a São Expedito.

EXÚ

Rege Gêmeos e Escorpião. É um orixá comunicativo, brincalhão, cheio de truques – facetas encontradas nos nativos de Gêmeos. Mas é violento e associado à energia sexual. Possui algo que fascina e ao mesmo tempo repele, característica dos escorpianos. Corresponde ao planeta Plutão. É associado ao demônio cristão.

OXALÁ

Rege Capricórnio, Peixes e Touro. É o grande pai, o pilar da família e da sociedade. Nisso, assemelha-se a Capricórnio. É um sábio, um curandeiro. É sensível à bebida e a outros vícios, o que o liga a Peixes. Sua analogia com Touro vem de sua sensualidade. Corresponde a Vênus e Saturno. É associado a Jesus Cristo e ao Senhor do Bonfim.

OBÁ

Rege Escorpião e Touro. É o orixá das angústias, do sofrimento e da desilusão amorosa, mas também do espírito de luta, o que lembra Escorpião. Suas outras características o associam ao signo de Touro: é bom companheiro, superleal, e, às vezes, age com ingenuidade. Corresponde a Saturno É associado a Joana D"Arc.

EUÁ

Rege Virgem – É o orixá que representa a faixa branco do arco-íris. É uma deusa guerreira que representa a parte feminina de Oxumaré: é metade mulher e metade cobra. Mantém analogia com a pureza e a castidade. É ainda cismado, um crítico feroz dos outros e de si mesmo, o que o relaciona com o signo de Virgem. Mas é também um guerreiro nato e, por essa razão, corresponde ao planeta Marte. Desconheço associação com Santo Católico.

IROKO

Rege Touro, Aquário e Libra – É o orixá da obstinação e dos desejos materiais – qualidades dos nativos de Touro. Sua relação com Aquário vem de seu individualismo, do seu desinteresse pelos problemas alheios. É ainda associado ao signo de Libre, pela sua versatilidade. Corresponde a Vênus. Desconheço associação com Santo Católico.

Orixas E os Signos

No céu, junto aos astros, brilha a luz dos orixás, os fascinantes deuses africanos. E, à semelhança dos planetas, eles governam um ou mais signos.


Eles vieram para cá, há mais de duzentos anos, encarnados no corpo e na fé dos escravos africanos. No princípio, eram cultuados secretamente por meio de cantos e danças, uma forma de os escravos escaparem da ira dos senhores de senzalas, que não admitiam outras divindades a não ser os santos católicos.

Hoje, independente da raça, cor e credo, os orixás, esses fascinantes deuses negros, são reverenciados por todo o país nos terreiros de Umbanda e Candomblé. E há quem os associe aos arcanos do Tarô, aos enigmáticos hexagramas do I Ching e à Astrologia. Neste último caso, à semelhança dos astros que brilham no céu do Zodíaco, os orixás governam um ou mais signos. Isso significa que todos nós temos um orixá que nos guia e nos imprime suas características.

Na verdade, segundo pais e mães-de-santo, são três os tipos de orixás presentes em nossa vida: o de frente ou de cabeça, que corresponde ao signo solar, o ajuntó, que é o nosso ascendente, e o de herança, associado ao signo lunar. Na prática, a identificação precisa do ajuntó e do orixá de herança só é possível mediante nosso mapa astral completo. Mais fácil é conhecer o orixá de frente. Antes, porém, é bom atentar para um detalhe importante: as múltiplas manifestações de um mesmo orixá. Oxalá, por exemplo, que rege Capricórnio, ora aparece como um jovem brincalhão e sensual (Oxaguiã), ora como um ancião sereno e generoso (Oxalufã). Isso – e mais a influência do ajuntó e do orixá de herança – explica o jeito diferente de ser de pessoas do mesmo signo.

Apesar de existirem mais de cem orixás, para efeito de associação com os signos, somente dezesseis deles ganham uma importância fundamental porque apresentam características semelhandes às dos planetas e estrelas do céu astral e também por causa de sua ligação com os quatro elementos básicos da natureza.

FOGO

Ogum, Iansã e Xangô.

AR

Oxumaré, Logum Edé e Exú

ÁGUA

Oxum, Obá, Nanã e Iemanjá.

TERRA

Oxóssi, Ossâim, Euá, Oxalá, Iroko e Omulu ou Obaluaê.

Principal Caracteristica dos Orixas

-Oxalá-
Oxalá é a autoridade suprema na umbanda, recebendo ordens apenas, de seu pai Zambi (Deus).
Ele é quem manda as entidades, para nos ajudar. Sua imagem e a de Jesus Cristo( na umbanda geralmente se a cruz).
Oxalá não é encoorporado na umbanda.
Sua Cor é branco.
Suas plantas são Flores brancas em geral( copo de leite, lírio,...).
A guia de Oxalá é composta por contas de cristal transparente ou miçangas brancas.


-Ogum-
Ogum é o Orixa que vence demanda, ele comanda os exus, suas imagens geralmente são dadas por São Jorge sobre seu cavalo, isto varia de terreiro pra terreiro, tambem pode existir imagens, de Ogum mesmo.
Ogum tem em sua falange outros Orixas que vem em seu nome dentre eles, Ogum Megê, Ogum Rompe Mato, Ogum Beira mar, Ogum Yara, entre outros...
A encoorporação de Ogum e uma das mais fáceis de identificar, o medium toma uma postura militar.
Cores: Vermelho, Branco e Verde.
Guia: Vermelho e Branco, havendo predominancia de uma cor ou outra dependendo da falange.
Vestes: Roupas vermelha e branca.
Planta: Espada de São Jorge.
Flor: Palmas brancas e vermelha.
Local: Humaitá e Campinas.
Bebida: Cerveja Branca.


-Xangô-
Xangô é o Orixá da justiça, e contado que Xangô teve 3 esposas Oxum, Iansã e Obá.
Xangô tem como lugar as pedreiras.
E representado, por um velho sentado em uma pedra segurando a tabua dos 10 mandamentos.
De sua falange o mais conhecido e Xangô Kao.
Cores: Marrom
Guia: Contas de cristais marrom escuro.
Vestes: De cor branca e marrom.
Local: Pedreira.
Bebida: Vinho tinto.


-Iemanjá-
Iemanjá, é um dos Orixás mais conhecidos, quem nunca ouviu falar, da rainha dos mares?
Sua falange consiste de sereias e princesas do mar.
Na umbanda é conhecida pelo seu canto( que parece mais um choro) quando chega no conga.
Que filhos de Umbanda não reverenciam Iemanjá ao por o pé nas aguas grandes( o mar).
Sua imagem na umbanda é a de uma moça de cabelos pretos e longos e um longo vestido azul.
Cor: Azul e Branco.
Guia: Contas de cristais azul ou azul e branca.
Flores: Margaridas, Rosas...
Veste: Roupa azul ou vestido azul.
Local: Mar e oceanos.


-Iansã-
Deusa dos raios e trovões, Iansã Deusa guerreira.
Pois quando encorporada tem a postura de uma guerreira que está chamando os raios.
Pode também ser vista na linha das águas.
Cor: amarelo ouro.
Guia: Contas de Cristais douradas.
Vestes: Roupas com predominacia do amarelo ouro.
Flores: Cristâneos amarelos e todas as flores amarelas.
Local: Pedreiras.


-Oxum-
Senhora das aguas doces, rios e cachoeiras.
Mulher de aparencia serena, quando encorporada tem-se a impresão de ter sido uma mulher que muito sofreu.
Cor: roxo e azul escuro.
Guia: contas de cristal roxo.
Veste: Roupas e vestidos roxo.
Flores: Liríos e flores roxas em geral.
Local: rios e cachoeiras.


-Oxossi-
Oxossi, Orixá das matas e da caça, conhecido também por suas vitórias contra a demanda.
Trabalha na linha de cura, pois os indios e caboclos têm vasto conhecimento pelas doenças terrenas.
É muito raro encontar Oxossi em um terreiro de umbanda, ele e representado pelos nosso queridos caboclos.
Cor: Verde claro, Verde flor ou Verde bandeira.
Guia: Contas de cristais verde ou verde e branca.
Vestes: Roupas verde e branca ou totalmente verde.
Flores: Samambai, folhagens e flores em geral.
Local: Matas e florestas.
Bebida: Cerveja preta.
Comida : giló, quiabo, mandioca e demais legumes e verduras cozidas.


Obs. As roupas a maior parte dos terreiros, usa apenas o branco em todas as linhas, representando Oxalá.

Cores E Ligação Dos Orixas

Ogum (São Jorge) - VERMELHO

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Oxóssi (São Sebastião) - VERDE

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Xangô (São Jerônimo) - MARROM

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Oxum (Nossa Senhora da Conceição) - AMARELO OU DOURADO

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Iansã (Santa Barbara) - AMARELO E MARROM

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Obá (Santa Joana D'arc) - VERMELHO

Logum (Arcanjo Miguel) - AZUL TURQUEZA E DOURADO

>>>> Arcanjo  Miguel (por Guido Reni).

Obaluaê/Omulu (São Lázaro) - BRANCO, PRETO E VERMELHO

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Ossaim (São Francisco de Assis) - VERDE E BRANCO

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Nanã (Santa Ana) - Lilás ou Branco rajado de azul

Imagen de Santa Ana, en el lado izquierdo de su cuerpo,  aparecen las cabezas de la Virgen Maria y el niño Jesús.El manto es  blanco plateado con adornos de oro.

Oxumaré (São Bartolomeu) - Amarelo e Verde
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Yemanjá (Nossa Senhora) - Azul e Branco

Oxalá (Jesus Cristo) - Branco
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Comidas De Alguns Orixas


Comidas rituais são as comidas específicas de cada Orixá, que para serem preparadas são submetidas a um verdadeiro ritual. Esses alimentos depois de prontos são oferecidos aos Orixás acompanhados de rezas e cantigas, durante a festa ou no final, em grande parte são distribuídas para todos os presentes, são chamadas comida de axé pois acredita-se que o Orixá aceitou a oferenda e impregnou de axé as mesmas.
Eis então algumas das principais comidas:
Acarajé - é a comida ritual do Orixá Iansã. O acarajé é feito com feijão-frade, que deve ser partido num moinho em pedaços grandes e colocado de molho em água para soltar a casca, após retirar toda a casca, passar novamente no moinho, desta vez deverá ficar uma massa bem fina. A essa massa acrescenta-se cebola ralada e um pouco de sal. O segredo para o acarajé ficar macio é o tempo que se bate a massa. Quando a massa estiver no ponto ela fica com a aparência de espuma, para fritar use uma panela funda com bastante azeite de dendê.
Ado - é uma Comida ritual feita de milho vermelho torrado e moído em moinho e temperado com azeite de dendê e mel, é oferecido principalmente ao Orixá Oxum.
Amalá - é comida ritual do Orixá Xangô. É feito com quiabo cortado, cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê ou azeite doce, pode ser feito de várias maneiras. É oferecido numa gamela forrada com massa de acaçá.
Axoxô – é comida ritual do Orixá Oxóssi, milho vermelho cozido refogado com cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê, enfeitado com fatias de coco sem casca.
Deburu - é a comida ritual do Orixá Obaluaiyê , é o milho de pipoca estourado numa panela com areia . Depois de peneirar a areia essa pipoca é colocada num alguidar ou tigela (de barro) e enfeitado com pedacinhos de coco.
Ekuru - é uma comida ritual de diversos Orixás, a massa é preparada da mesma forma que a massa do acarajé , feijão-frade sem casca triturado, envolta em folhas de bananeira como o acaçá e cozido no vapor.
Omolocum - comida ritual da Orixá Oxum , é feito com feijão-frade cozido, refogado com cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê ou azeite doce. Enfeitado com camarões inteiros e ovos cozidos inteiros sem casca, normalmente são colocados 5 ovos ou 8 ovos, mas essa quantidade pode mudar de acordo com a obrigação do candomblé.
Abará - é um dos pratos da culinária baiana e como o acarajé também faz parte da comida ritual do candomblé . A preparação da massa é idêntica à do acarajé. Quando comida ritual, coloca-se um pouco de pó de camarão e quando da culinária baiana coloca-se camarões secos previamente escaldados para tirar o sal, que pode ser moído junto com o feijão e depois colocar alguns inteiros. Essa massa deve ser envolvida em pequenos pedaços de folha de bananeira semelhante ao processo usado para fazer o acaçá e deve ser cozido no vapor em banho-maria; é servido na própria folha.
Acaçá - é uma comida ritual do candomblé e da culinária baiana . Feito com milho branco ou milho vermelho, que após ficar de molho em água de um dia para o outro, deve ser moído num moinho formando uma massa que deverá ser cozida numa panela com água, sem parar de mexer, até ficar no ponto. O ponto de cozedura pode ser visto quando a massa não dissolve se pingada num copo com água. Ainda quente essa massa deve ser embrulhada em pequenas porções, em folha de bananeira previamente limpa, passada no fogo e cortada em tamanho igual para que todos fiquem do mesmo tamanho. Coloca-se a folha na palma da mão esquerda e coloca-se a massa, com o dedo polegar dobra-se a primeira ponta da folha sobre a massa, dobra-se a outra ponta cruzando por cima e virando para baixo, faz o mesmo do outro lado. O formato que vai ficar é de uma pirâmide rectangular.
Caruru - É uma comida ritual do candomblé e da culinária baiana. É preparado com quiabo cortado em quatro de comprido e depois em rodelas, cebola ralada ou batida no processador, pó de camarão, sal, azeite de dendê, castanha-de-caju torrada e moída, amendoim torrado sem casca e moído. Preparação: Numa panela coloque azeite de dendê, a cebola e o sal, refogue um pouco, em seguida coloque o quiabo cortado, colocar um pouco de água e deixar cozinhar, quando estiver cozido colocar aos poucos a castanha e o amendoim acrescentando um pouco mais de dendê, depois de pronto é colocado numa gamela.
Efó - é uma comida ritual e da culinária baiana , pode ser feita com a folha chamada língua de vaca ou com folha de mostarda. Preparação: Meio quilo de camarão seco, descascado. Pimenta-malagueta em pó. Meio dente de alho. Uma cebola. Uma pitada de coentro. Um maço de língua-de-vaca (ou taioba, ou bertalha, ou espinafre, ou mostarda). Primeiro, ferve-se a língua-de-vaca, escorre-se numa peneira, estende-se na tábua e bate-se bem com a faca, até ficar uniforme. Enxuga-se e estende-se na peneira para secar toda a água. Cozinha-se no azeite-de-dendê puro, temperado com tudo o resto. A panela fica tapada, para suar. Come-se com arroz. Nanã, rainha das águas doces, quando escolhe, pede um bom efó de língua-de-vaca.
Tendo como contexto principal a terra e os seus frutos, os Iorubás basicamente subsistiam pela colheita do inhame (isu), milho (àgbado), feijão (ewa), quiabo (ilá) e mandioca (paki). São estes os elementos principais que encontramos até hoje nas comidas que são confeccionadas para os Orixás no Candomblé.
A comida é assim claramente também mais uma tradição que foi trazida de África pelos escravos e que foi mantida no culto do Candomblé.
A preocupação com o comer é uma constante na vida do ser humano, transformando-se, quase sempre, na sua ocupação principal. A sorte, a ajuda, os pedidos para uma boa colheita, boa caça, um bom trabalho, etc. fizeram também sempre parte das preocupações, e como forma de agradar aos Orixás a comida era “partilhada”, no sentido em que os Orixás também comiam do mesmo tipo de comidas, e desta integração surge a força, a base para os pedidos, para agradecimentos - as comidas dos Orixás - ONGE BILE – as chamadas comidas secas.
São estas as comidas que são hoje em dia dadas em oferenda aos Orixás, fazendo parte de maioria dos rituais nos quais se invoca a sua presença, a sua participação ou ajuda. Desde os simples Ebós e Oferendas até aos mais complexos rituais de Iniciação, a comida é sempre uma parte muito importante.
Os ingredientes que a compõem, a forma como é confeccionada, tudo tem o seu preceito próprio, e assim, uma determinada comida, que contém determinados elementos energéticos, é apropriada para este ou para aquele Orixá especificamente.
Entenda-se que o Orixá não come “fisicamente”, mas alimenta-se, isso sim, da energia e da vibração da comida que lhe é oferendada, porque esta integra determinados elementos que se coadunam com a sua própria energia, com o seu campo vibratório e características naturais.
Abaixo encontra alguns exemplos das comidas que são oferendadas e também a forma cuidada como são apresentadas nas entregas.
Gostou então comente?
Mais Exclusividade do Reino Dos Orixas.......

sexta-feira, 16 de julho de 2010

A Lenda de Ewa


Todos os dias Ewá saia com seus dois filhos e ia para a floresta em busca de lenha. Ao voltar seguia direto para a cidade onde vendia o produto. Esse era o seu meio de sobrevivência. Não gostava de levar os filhos pequenos, andava por lugares perigosos, mas não havia quem pudesse ficar com eles. Nessa rotina seguia sua vida. Um dia preparou as crianças e saíram mais cedo que o costume, precisava de muita lenha, os víveres de sua casa estavam no final e somente com uma boa venda poderia comprar alimentos para a família. Disposta a fazer uma grande coleta, desviou-se do caminho habitual. Andaram por trilhas desconhecidas subindo e descendo por horas. Somente quando o sol estava a pino foi que a mulher percebeu que estavam perdidos. Tentou de todas as maneiras lembrar-se do caminho feito, mas nada. Pediu a ajuda dos filhos, mas estes pequenos demais, nem haviam percebido o engano da mãe. As crianças, a essa altura exaustas, começaram a se assustar com o perigo que pressentiam na situação. Ewá corria de um lado a outro tentando lembrar-se da trilha que os trouxera até ali. Os meninos reclamaram de sede, ela se apavorou. Não tinha água ali, passaram por caminhos sem fim e nem sinal de uma bica sequer. Pediu que mantivessem a calma e pegando-os pelas mãos decidiu arriscar, não podia ficar ali parada. Andaram por mais algum tempo. O sol tornara-se insuportável. O suor escorria pelos corpos fazendo com que a sede aumentasse a níveis insuportáveis. As crianças começaram a fraquejar e sem agüentar dar mais um passo, caíram aos pés da mãe com o rosto macilento e as faces começando a encovar. Ewá transtornou-se ao sentir que seus filhos morreriam ali sem socorro se ela nada fizesse. Ajoelhou-se e elevou os olhos para o alto: Olorum senhor do mundo! Não deixe que meus filhos morram por causa da incapacidade da mãe. Eles precisam de água senhor, só a vós posso recorrer! No instante da prece a mata estremeceu Ewá cravou as unhas na terra e gritou, seu corpo enrijeceu. O último olhar foi depositado sobre os filhos no momento em que seu corpo tranformou-se em mármore. A bela negra tinha se tornado uma fonte de água pura, límpida e cristalina. Os filhos de Ewá foram salvos. Da pequena fonte nasceu o rio Yewá na Nigéria onde até hoje se fala no sacrifício materno da grande deusa do sangue branco

A Lenda De Longun ede



Olorun ao criar o mundo dividiu os reinos entre os orixás. No inicio tudo corria muito bem até que Oxum e Oxóssi começaram a se desentender. As águas doces, durante as cheias, invadiam as matas e tornavam tudo um grande lodaçal. Oxóssi não podia admitir isso, as plantas e animais morriam sem que ele pudesse fazer nada. Procurou por Oxum inúmeras vezes para que ela tomasse uma atitude, em vão. Olorun que a tudo assistia resolveu separar definitivamente os reinos para acabar com as brigas que estavam cada vez mais acirradas. Pouco tempo durou a tranqüilidade do caçador, aos poucos a vegetação foi minguando e a caça sumindo em virtude da falta de água. Resolveu então procurar o Criador pedindo que ele fizesse algo. Olorun argumentou que ele mais nada poderia fazer, já havia tomado uma decisão e não voltaria atrás. A única saída que via para o impasse seria as pazes entre os reinos, que ele procurasse por Oxum e pedisse trégua. Foi o que ele fez. A principio a mãe das águas recusou-se terminantemente a colaborar, se tudo aquilo estava acontecendo era por culpa dele próprio, afinal era sempre ele quem reclamava. No entanto a insistência de Oxóssi tornou-se insuportável, não havia um só dia em que ele não a procurasse. Cansada da velha discussão, cedeu. Assim passaram a conviver harmoniosamente. Com a união de seus reinos a proximidade de ambos aumentou e com ela veio o amor. Os orixás apaixonaram-se loucamente e dessa paixão nasceu Logunedé, uma criança linda que tinha a beleza da mãe aliada à força e valentia do pai. O menino crescia feliz dividindo-se entre os reinos de seus pais quando nova briga instalou-se. Desta vez não houve como apaziguar os ânimos, a separação era definitiva. Havia a criança, como resolver a questão da guarda? Procurado como o grande juiz que era Olorun cravou o veredicto, que ela ficasse seis meses com cada um. Ambos brigaram muito, reclamaram, acharam absurdo, mas contra a determinação não havia o que fazer e tiveram que aceitar. É por isso que Logunedé até hoje vive seis meses ao lado de sua mãe nas profundezas das águas dos rios, cercado de mimos e atenção e outros seis ao lado do pai, quando se torna um grande caçador e controla a vida animal e vegetal das matas.